A criação e a consolidação de negócios representam aspectos
fundamentais para a economia de qualquer país. No Brasil, o
empreendedorismo possui um papel transformador que transcende a análise
meramente econômica.
Há nele um viés cidadão, uma vez que impulsiona o
forte processo de inclusão social em curso no nosso país nos últimos
anos e representa uma porta de saída do Bolsa Família, o programa de
transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de
pobreza e de extrema pobreza.
A inclusão produtiva, que visa a ampliar oportunidades de emprego e
atividades produtivas, é uma das bases de atuação do plano Brasil Sem
Miséria. Entre as prioridades do plano para maior inclusão produtiva
está o apoio ao Microempreendedor Individual (MEI), categoria jurídica
criada pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, para quem possui
receita bruta de até R$ 60 mil por ano ? média de R$ 5 mil por mês.
Atraídas pela redução da carga tributária e pela agilidade ? o valor
pago de imposto mensal é inferior a R$ 40 ?, mais de 2,8 milhões de
pessoas já foram formalizadas nessa categoria. A abertura da empresa
pode ser feita pela internet, gratuitamente e em poucos minutos. Possuir
um negócio próprio com acesso ao CNPJ amplia bastante o universo
potencial de clientes, pois possibilita participar de licitações
públicas, ter acesso a melhores condições de crédito como pessoa
jurídica e comprar matéria-prima com preços reduzidos, entre outras
vantagens.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
tem um convênio estratégico com o Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS) para identificação dos empreendedores
beneficiários do Bolsa Família. A partir de análises realizadas
periodicamente, verifica-se uma evolução gradativa no porcentual de
microempreendedores individuais que são beneficiários do programa do
governo, hoje em torno de 10%. Esse grupo procura uma alternativa para
geração de renda, desfazendo preconceitos sobre uma suposta acomodação
em face da ação do governo.
Empreender pressupõe um certo grau de risco e certamente há receio
entre os beneficiários do Bolsa Família de iniciar um negócio próprio,
não ter sucesso e ficar sem nenhuma renda. No Paraná, por exemplo, há
mais de 410 mil famílias atendidas pelo Bolsa Família, segundo dados da
Caixa Econômica Federal referentes a março deste ano. Há um grande
potencial de ampliar atividades empreendedoras nesse grupo.
O Sebrae e o MDS elaboraram uma cartilha específica para os
empreendedores esclarecendo que a formalização não significa a perda do
Bolsa Família, o que só ocorre quando o limite de renda para receber o
benefício é ultrapassado. Ou seja, o empreendedor é capacitado e
motivado para ter sucesso e só então abrir mão do Bolsa Família.
Em apenas um ano, o Sebrae já atendeu 45% dos microempreendedores
individuais que recebem o Bolsa Família, e parte deles, inclusive,
solicitou desligamento após superar a renda limite graças ao crescimento
do negócio próprio. Nossa meta é atender a todos, auxiliando na
transição pela autonomia financeira de muitas famílias.
Com atividades empreendedoras, o Brasil todo ganha em oportunidades
de trabalho, arrecadação, independência de programas de transferência de
renda. Mais que a perspectiva de porta de saída do Bolsa Família, o
empreendedorismo simboliza uma porta de entrada para o mercado e para
condições cada vez melhores de vida de toda a população brasileira.
Disponivel em: http://www.gestaosindical.com.br/empreendedorismo-porta-saida-bolsa-familia.aspx
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