Coercitivo, dirigente ou treinador? Veja com qual
estilo de liderança você se identifica (e as vantagens e desvantagens disso)
Uns mais amorosos, outros
mais impositivos. Cada líder tem seu estilo bem particular de gerir pessoas. Na
média, segundo pesquisa do Hay Group, os brasileiros tendem a ser mais
coercitivos e democráticos na hora de coordenar seus subordinados.
Mas, afinal, existe o estilo
perfeito de liderança?
A resposta é, definitivamente, não. Para Caroline Marcon, gerente do Hay Group,
o importante é a autenticidade. “Acima de tudo, o líder perfeito tem de ser
autêntico”, diz.
O autoconhecimento é
fundamental para que fragilidades e fortalezas sejam administradas de forma
eficiente, sem perder o foco. “Você pode até ter tendência a um perfil
específico, mas tem de ter flexibilidade suficiente para aprender e incorporar
outros estilos em caso de necessidade”, afirma.
Veja, a seguir, os sete
estilos de gestão mapeados pelo Hay Group.
Coercitivo
Vigilantes e críticos, são
ácidos e duros em suas críticas. Os coercitivos provocam medo em seus
funcionários, uma vez que lideram com as ferramentas de punição a postos.
Prós: Em situações críticas, o estilo
coercitivo tende a funcionar bem em situações de emergência, onde “mandar fazer
é mais fácil que discutir soluções com toda a base de empregados”.
Contras: “Quando você é pouco habilidoso, não
tem consciência do seu papel como líder, não percebe o impacto de suas ações”,
diz. “As pessoas não se sentem livres para agir. Esse estilo acaba com a
criatividade dos funcionários.”
Dirigente
Com foco no longo prazo, o
dirigente é o líder visionário, que dá direções claras para a sua equipe,
dizendo exatamente o que espera de cada um. “É um estilo que exige experiência
e preparação do chefe
em questão”, diz Caroline. “É uma gestão baseada em diálogo e comunicação.”
Prós: Segundo a gerente do Hay Group, esse
líder garante a motivação dos funcionários através da transparência. “Ele quer
engajar as pessoas para que elas sintam vontade de seguir suas orientações”,
diz Caroline.
Contras: Embora o impacto desse estilo de
gestão seja majoritariamente positivo, ele não é o mais adequado para momentos
de crise, uma vez que o diálogo tende a tomar tempo – e dificultar tomadas de
decisões rápidas.
Afetivo
Quem dá mais atenção às
pessoas que às tarefas é o chamado líder afetivo. Ele trata bem seus
colaboradores e, não raro, são recompensados com lealdade e alto desempenho.
Prós: Por ter um interesse genuíno nas
pessoas, ele cria harmonia e proximidade na equipe.
Contras: A linha entre o chefe afetivo e o
“paizão” é tênue. Caroline sinaliza que é importante manter cada coisa em seu
lugar. “Não pode mudar o padrão de exigência nem proteger ninguém”, afirma.
Democrático
Consenso é a palavra de ordem do líder democrático,
que tira o melhor de sua equipe a partir da divisão de decisões e
responsabilidades.
Prós: O democrático
é o melhor líder para criação de ambientes de alta performance. Isso porque o
compartilhamento das responsabilidades faz com os liderados se sintam
corresponsáveis e parte de uma construção coletiva.
Contras: Uma equipe
muito jovem e inexperiente tende a não desempenhar bem nas mãos de um líder
democrático. “Ele é mais recomendado quando há uma certa senioridade no time”,
diz Caroline. “O excesso de democracia em uma equipe inexperiente tende a
prejudicar os resultados. Quanto mais sênior for o time, melhor é o
aproveitamento da experiência coletiva.”
Modelador
As instruções detalhadas e a alta exigência são as
marcas registradas do líder modelador – que acredita ter sempre o melhor caminho
para realização de um trabalho.
Prós: Justamente
pelo detalhamento das instruções, o líder modelador acelera a formação de
pessoas e eleva os níveis de qualidade dos produtos.
Contra: “O modelador
tende a fazer clones dele mesmo, por achar que está no centro da excelência”,
diz Caroline. O resultado disso é um sufocamento da criatividade da equipe, que
se sente sempre desvalorizada. “A medida que você se considera uma grande
referência, você começa a ignorar a contribuição de terceiros”, afirma.
Treinador
Como um técnico de time de futebol, o treinador
investe tempo e esforços na compreensão dos pontos fortes e fracos de cada
membro da sua equipe. O objetivo é trabalhar com eles para que o
desenvolvimento pessoal gere bons resultados.
Prós: Preocupado em
conhecer sua equipe, o treinador conversa muito, se interessa em conhecer cada
um, com foco sempre no longo prazo. É perfil ideal para a formação de novos
líderes.
Contras: Esse é um tipo
de chefe que assume grandes riscos para deixar que as pessoas evoluam
naturalmente. São mais expostos, portanto, a erros.
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